sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O brilho que vira fardo

Em tempos de consumismo, de trocas insanas de objetos, da ânsia por novidades, Chico César fala na letra da música de sua autoria, que aliás leva o mesmo nome do CD - “De uns tempos pra cá” - sobre essas coisas mundanas que vamos juntando e que possuem certo encantamento até o momento de serem compradas, mas que depois acabam virando coisas pra tropeçar, se tornando fardo pra carregar, como bem diz a letra que pode ser conferida abaixo. O videoclipe também está disponível, logo após a letra da música.













De uns tempos pra cá
os móveis, a geladeira
o fogão, a enceradeira
a pia, o rodo, a pá
coisas que eu quis comprar
deu vontade de vender
e ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
o carro, a casa, o som
tv, vídeo, livros, bom...
o que em tese faz um lar
admito eu quis comprar
começo a me arrepender
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

Coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar

De uns tempos pra cá
o pufe, a escrivaninha
sabe a mesa da cozinha?
lençóis, louça e o sofá
não precisa se alterar
pensei em me desfazer
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
telefone, bicicleta
minhas saídas mais secretas
tô pensando em deixar
dê no que tiver que dar
seu amor me basta ter
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

Coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar