Para quem vive neste mundo material, dos objetos, nas palavras de Jean Baudrillard, os seres humanos até que têm muito o que aprender com suas crias.
É claro que não podemos generalizar, felizmente há pessoas conscientes e gentis nesse mundão. Mas a gentileza nos aparatos tecnológicos tem crescido e está presente em diversos segmentos. É o carro que avisa quando você desliga o motor e deixa o farol ligado ou quando está em trânsito com a porta aberta. A TV que desliga automaticamente, o forno com timer pra você não torrar aquele prato delicioso que está preparando, o Word que pergunta se você deseja salvar o documento, o Orkut que dá as boas vindas quando você acessa a comunidade, entre outras coisas.
É claro que a tecnologia tem lá seus problemas e, muitas vezes, te deixa na mão. Mas, nos tempos modernos, certas delicadezas ficaram esquecidas. Ceder o lugar no transporte público para uma pessoa com criança de colo, avisar o motorista do lado que sua porta está aberta, falar para o porteiro do prédio que o vizinho esqueceu a lanterna do carro ligada, enfim, atitudes simples que demonstram gentileza e preocupação com o semelhante são cada vez mais raras.
Muito se fala da necessidade de uma vida mais simples. Mas que simplicidade seria essa? A de consumir menos objetos e experimentar prazeres? Não acredito ser o consumo o maior vilão dessa sociedade estressada e insensível. Talvez essa "transferência de gentileza", do homem para os objetos, seja uma forma de esquivar-se de suas responsabilidades de cidadão. Acredito que essa vida simples, tão desejada, deva começar nas atitudes para com o semelhante e que seja baseada na fraternidade, no respeito, na educação e na gentileza. Afinal, são as coisas simples que podem transformar nossas vidas, para melhor ou não.
sábado, 28 de junho de 2008
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