Há uma ideia generalizada de que as redes sociais são puro passatempo, coisa de desocupado e, pra ir mais fundo, que não passam de diversão de criança. Afinal, qual adulto do mundo real teria tempo para joguinhos divertidos? Para comprar moedinhas e melhorar a infraestrutura de uma fazenda virtual? Pois é, como trata-se de um fenômeno ainda muito recente, talvez haja um preconceito natural com essas redes, assim como aconteceu com a própria rede mundial de computadores quando ela passou a estar à disposição das empresas e do público (como disse Sidnei Oliveira no seu blog). Tudo que é novo assusta e dá espaço para achismos que podem falsear conceitos e objetivos. Então, é possível que as redes sociais recebam o mesmo tratamento dado à internet. É só o acúmulo de conhecimento sobre o assunto, somado à disponibilidade de tempo para explorar seus recursos o que vai provar, passo a passo, o valor dessa ferramenta. Será possível chegar, então, à conclusão de que ela pode ser muito útil para a sociedade, desde que sua utilização seja bem dosada, é claro.
Para começar, vale desmistificar alguns conceitos sobre o público que acessa essas redes. Você acredita que a média de idade do usuário de rede social é de 37 anos? Não, então comece a pasmar. O usuário do Twitter tem, em média, 39 anos, enquanto o do LinkedIn tem 44, o do Facebook, 38 e do MySpace, 31. Até parece piada, né? Mas não é. Este cenário foi traçado por um estudo feito pelo site de tecnologia Royal Pingdom, que pesquisou a média de idade de usuários em 19 redes sociais, incluindo Facebook, LinkedIn, MySpace, Twitter, Slashdot, Reddit, Digg, Delicious, StumbleUpon, FriendFeed, Last.fm, Friendster, LiveJournal, Hi5, Tagged, Ning, Xanga, Classmates.com e Bebo. O estudo usou números do Google Ad Planner dos Estados Unidos para chegar ao resultado final.
Mais alguns detalhes sobre os usuários: os que têm acima de 35 anos são 64% no Twitter e 61% no Facebook. Segundo o estudo, trata-se da geração que estava na faixa dos 20 anos quando a web estourou, no meio dos anos 90, tornando-se a mais “social” entre as analisadas.
Outro dado que chama a atenção, ainda no quesito idade, é a de que usuários entre 18 a 24 anos não são maioria em nenhuma rede.
Social gamers para mulheres de 43 anos
O título até parece brincadeira: mulheres com mais de 40 anos na internet, e ainda jogando? Pára o mundo que eu quero descer! Ou melhor, acelera aí que a coisa tá ficando mais interessante do que eu imaginava - e quero ver só como estará esse cenário daqui a 10, 20, 50 anos! Mas, voltando aos fatos, uma pesquisa feita pela PopCap Games, criadora dos jogos Bejeweled e Insaniquarium, revelou resultados surpreendentes sobre os "social gamers“ do Reino Unido e dos EUA, que jogam games de plataforma em sites sociais como o Facebook e o MySpace. Mais de 24% dos entrevistados afirmaram jogar com frequência nas redes sociais, indicando uma população gamer social de aproximadamente 100 milhões na América e no Reino Unido. E, ao contrário do que se poderia imaginar, os jogadores sociais mais assíduos são mulheres, com idade média de 43 anos de idade. E, embora a comparação com a indústria tradicional de videogames seja ainda prematura, ao que parece, o setor de jogos sociais representa uma enorme oportunidade para atingir milhões de consumidores que não possuem videogame em seus lares.
Na avaliação de analistas e pesquisadores europeus da indústria de games, em 2010 deverão ser gerados mais de 1 bilhão de euros de receita só com esses jogos sociais.
A pesquisa ouviu cerca de 5 mil pessoas, sendo que dois terços (aproximadamente 3,3 mil) são americanos. Mais de 1.200 afirmaram jogar em sites de redes sociais e em plataformas convencionais pelo menos uma vez por semana. Nos EUA, 55% deles são do sexo feminino e 45%, do masculino. Já no Reino Unido esta discrepância é maior: 58% do público é composto de mulheres, contra 42% de homens.
Além disso, 46% dos gamers americanos sociais (e 23% dos jogadores no Reino Unido) têm 50 anos ou mais.
Nos EUA, o público chamado jovem, com média de idade de 21 anos, representa apenas 6% de todos os jogadores sociais. Como será no Brasil?
Futilidade ou estratégia?
Muito além de divertimento, as fazendas virtuais, lanchonetes e aquários apresentam a possibilidade de desenvolver habilidades de gente grande. Como coloca Sidnei Oliveira, esses jogos exigem:
Planejamento estratégico – para ser bem sucedido no jogo é fundamental planejar todas as escolhas e o uso de todos os recursos. Boas escolhas significam bons resultados.
Parcerias estratégicas – o relacionamento, baseado em trocas de presentes e auxílios voluntários entre os usuários do jogo, é primordial para o avanço nas etapas.
E, como sabemos, estas são duas estratégias fundamentais para fazer girar qualquer negócio na atualidade, principalmente os não virtuais.
É claro que os estudos citados focam os usuários dos Estados Unidos. Ainda não temos conhecimento de pesquisa parecida aqui no Brasil (se alguém souber, please, avisa). Mas, de qualquer forma, os dados são importantes para nos ajudar a desenvolver um novo olhar sobre as redes sociais. Mais do que futilidade, os recursos oferecidos por essas ferramentas exigem estratégias e bom relacionamentos e, principalmente, podem significar um mercado bastante promissor. Portanto, é preciso aprofundar os conhecimentos sobre o assunto, para que possamos enxergar a melhor aplicação desta nova realidade na comunicação com o mercado.
Fontes:
http://idgnow.uol.com.br/
http://www.sidneioliveira.com.br/
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Redes sociais, brincadeira de criança?
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Um comentário:
Nossa, belo texto em Pablo! E aqui na Fundação proibiram tudo... E laíá...
Um abraço
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